quinta-feira, 11 de maio de 2017

11/05/2017 - Vamos conversar #1

Gosto muito de ver as pessoas a dizerem "gosto de mim, aceito-me como sou", pessoas com excesso de peso. A verdade é que na maioria das vezes isso não acontece. A verdade é que, por sermos enxovalhados, chamarem-nos de "gorda; baleia; orca; elefante; mamute; pareces uma sereia, metade mulher, metade baleia" ou dizerem "precisas de duas cadeiras; ninguém te pega", isso tudo, mesmo que achamos que estão a ser maus, faz com que uma parte do nosso cérebro acabe por ficar com a ideia de que "gordo é feio, gordo não vale nada" por causa daquelas tretas todas que nos disseram. Eu não quero ser hipócrita, acho bem que ponham na cabeça que têm que gostar de vocês próprios, mas a verdade, na maioria das vezes, só dizemos isso para nos defendermos dos outros quando na realidade acabamos por, de certa forma, concordar com os outros e essa mesma parte do nosso cérebro vai olhar para outra pessoa tão ou mais ou menos "defeituosa" (aos olhos dos outros que fizeram com que fossem também os nossos olhos) - nisto falo de por termos excesso de peso, termos sardas, vitílico, etc e etc - e acabamos por julgar a outra pessoa, por mais que queiramos gostar de nós mesmos, mas depois de termos esse pensamento mau acabamos por ter um pensamento bom, acabamos por pensar - neste caso uma pessoa com com excesso de peso - "a pessoa teve motivos para ficar assim, algum desleixo por baixa autoestima e por não lhe darem o certo valor, por alguém importante ter falecido, por ter tido uma lesão que não a permitisse fazer o que gostava e sentiu que mais valia desistir".





Concordo que devamos de nos sentir bem com nós próprios, mas certas coisas não devemos negar: temos excesso de peso, não somos saudáveis, podemos ter menos tempo de vida, isto pode nos prejudicar o trabalho/estágio quando queremos mostrar que estamos ali para tudo. Posso estar num estágio em que estou na maioria das vezes à frente de uma secretária, mas ainda ontem tive de ir ao armazém buscar umas simples brochuras e, para não estar sempre a chatear alguém, aqui estava cheio de coisas, tive de passar por cima de umas caixas compridas que, por sorte, não eram lâmpadas mas sim rolos de papel, tive de fazer ali um esforço e enfiar-me ali naqueles buracos, algo que de certeza não conseguiria fazer quando estive na minha pior forma, quando tinha 99Kg, hoje estou com 85Kg mas não com tanto volume como possam pensar, cerca de metade do meu peso é músculo, o resto é gordura, água, órgãos, ossos, cabelos, todas essas coisas. Temos que ter consciência que a gordura visceral (intra-abdominal), que está à volta dos ´rgãos, nos prejudica.





Quando estava com 99Kg de certeza que não aguentava tão bem vir carregada com brochuras por 200m e ainda subir 21 degraus ou até mesmo que chegava a meio do caminho ou ao início das escadas e ficava parada. Hoje isso não acontece, hoje era (quase) capaz de ir de uma ponta da pequena cidade onde estou até à outra com as brochuras nos braços. Estagiei num hotel em que, por vezes, era necessário ser mais rápida que os hóspedes no momento do check-out para verificar os apartamentos e ia com umas sabrinas que saiam dos pés. Cheguei a trabalhar num restaurante de fast-food em que a arca frigorífica estava tão cheia que, por vezes, só pessoas mais magras conseguiam ir buscar as coisas.





Toda a pessoa é bonita, mas temos de ser saudáveis, ter um peso que não nos vá prejudicar a saúde, que consigamos fazer as coisas normais do dia a dia sem dificuldade, ter uma forma física que nos vá ajudar no trabalho para podermos também ser reconhecidos pelo esforço e progredir.
Eu falo disto, não para me atirarem com "pedras", estou a ser sincera e a falar de uma realidade com a qual convivo e tenho pessoas que convivem com essa realidade. Eu adorava ser como aquela senhora alemã de 80 anos a fazer a espargata, não quero ser como pessoas próximas que são dependentes de outras porque, por algum motivo infeliz da sua vida, desleixaram-se, refugiaram-se na comida e/ou deixaram de ser tão ativos. Ter as gorduras? Estou-me a l**** se não pareço as modelos do Instagram da Nike, eu preocupo-me é se não são umas "meras gorduras" e se é algo que prejudica a minha saúde, isso sim. Não se esqueçam que, enquanto que nos países desfavorecidos o problema é um, a fome, a falta de alimentos, a subnutrição, a magreza, magreza de chegar-mos ao ponto de que aqueles seres humanos são só pele, osso e outras coisas, depois vamos olhar para os países europeus e do Norte da América e existe um contraste, pessoas desde com excesso de peso, passando por obesas e até obesidade mórbida. Temos de pensar nisso, temos de "meter a mão na consciência" e focar-nos nisso.



Peço desculpa se ofendi alguém de alguma forma, mas foi um desabafo e alerta que decidi aqui deixar.

Beijinhos,
AG 💙

Sem comentários:

Enviar um comentário

15/07/2017 - Despedida do blog... e sejam bem-vindos à nova "casa"!

Olá a todos! A partir do dia 22 de Julho teremos uma "casa" nova, como razão para mudança de plataforma e de espaço, mostro-vos a...