26/04/2017 - Bullying #1 (post com alteração)

Hoje recordei de uma situação de uma ex-colega de trabalho. A rapariga - sem eufemismos - chamavam-na de "gorda", chamavam-na de "feia". Ela tinha problemas os seus problemas como todos nós temos e, muito provavelmente, gozavam com ela por ser gorda. A rapariga deveria de ter alguma depressão ou algum outro problema psicológico do género, tal como eu, mas (muito) mais grave). Hoje ao ir ao WC lembrei-me dessa rapariga e que no WC das colaboradoras no local de trabalho, naquela zona da caixa metálica onde se mete o papel higiénico, ela raspou com o antebraço, não sei se de forma a chamar a atenção, de forma a castigar-se por ser da forma que ela era e a qual as pessoas julgavam ou se por chamar a atenção e castigar-se ao mesmo tempo. Ao lembrar-me disso lembrei-me que cheguei a ter vontade de fazer coisas do género como castigo, magoar-me. Independentemente de sermos baixos, altos, gordos, magros, feios, com a pele num tom castanho mais escuro, num tom mais pálido, num tom mais amarelado, com sardas, com o cabelo “desajeitado”, termos uma forma de andar diferente, termos alguma deficiência física ou mental, termos uma orientação sexual diferente, termos crenças diferentes, termos um QI menor, termos menos talento/jeito para certas coisas, estarmos com roupas bonitas, roupas feias, seja o que for, podemos ter essas caraterísticas todas diferentes que quem goza mas as coisas que temos em comum que são as mais importantes são estas: somos pessoas; somos seres humanos; temos sentimentos. Como vêem, no fundo, somos todos iguais, independentemente da raça, género, religião, nacionalidade, cor, tamanho, entre outros, não existem diferenças, todos temos sentimentos, todos sorrimos, todos choramos, todos nos chateamos, todos temos desejos, todos queremos amor e respeito e lá por alguém ser magro não tem direito a magoar o outro por ser gordo. Já referi aqui que o rapaz que me agredia física e verbalmente, que era (tinha músculos definidos mas) magro, me chamava de diabética quando nunca o fui e nem tive colesterol “mau”* acima dos valores saudáveis, e esse rapaz, um dia, no Facebook, deveríamos de ter cerca de dezasseis/dezassete anos, disse que era diabético e tomava insulina cinco vezes por dia naquela altura.
O que chamavam à rapariga chamavam a mim também. "Gorda", "baleia", "vaca", "elefante", "mamute", "Andreia, pareces uma sereia, metade mulher metade baleia", "senta-se na cadeira e parte a cadeira", "precisa de duas cadeiras", "é melhor não irmos para ali que ela precisa de espaço", "tum!tum! (imitar o som que o elefante faz ao andar e imitar a forma de andar)", "se saltares para a água crias um tsunami", "numa descida vais a rebolar".

A verdade é que quando julgamos os outros não sabemos aquilo por o qual a pessoa passou ou irá passar por causa das nossas atitudes ignorantes, estúpidas, sem sentido, temos essas atitudes, por vezes, porque outras pessoas tiveram as mesmas para connosco e, de forma a "vingar" o que nos aconteceu, temos as mesmas atitudes ignorantes para com outros e não deveríamos nunca de ser a vítima nem o agressor nem ser agressor por termos sido a vítima anteriormente.
#StopBullying

*  Existem dois tipos de colesterol, o “bom” e o “mau”, ou seja, dois tipos de proteínas. O “mau” é o que, segundo dizem, são LDL (lipoproteínas de baixa densidade) são aquelas que deveremos ter os níveis mais em baixo, são as mais prejudiciais para nós.O “bom” colesterol são as HDL. Pessoas com excesso de peso têm mais probabilidades de terem altos níveis do LDL, no entanto, isso pode se contrariar. Cheguei a ter um colega no ensino secundário, que tinha a sorte de não engordar devido a caraterísticas genéticas (mas pessoas assim também podem ter mais dificuldades a ganhar massa muscular) e que chegou a dizer “posso ir todos os dias ao McDonald’s que não engordo”, não engorda mas da diabetes e do colesterol “mau” pode não se escapar.

Poderão ler mais sobre o assunto do colesterol aqui neste artigo: O BOM E O MAU COLESTEROL

Beijinhos,
AG 💙

* Direitos de imagem: http://theorigami.ca/2013/10/25/were-all-the-same-on-the-inside/